domingo, 7 de julho de 2013

Salame de chocolate

Em tempo de férias escolares, estou com as crianças durante o dia todo, na passada quarta-feira foi dia de meter mãos na massa (literalmente!!!) e fizemos juntos um salame de chocolate para o lanche.
Aqui fica a receita que utilizámos:


Ingredientes para 1 salame:

100g de manteiga
100g de açúcar
100g de chocolate em pó
1 ovo
200g de bolacha Maria

Preparação:

Passe a bolacha pela máquina de picar. Amasse muito bem a manteiga com o açúcar, misture o ovo e bata muito bem. Junte o chocolate, volte a mexer bem e, por fim, as bolachas moídas.

Faça com o preparado um rolo, semelhante ao salame, e enrole-o em papel prata. Levar ao frigorífico.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

:)

"É como no amor. A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer perdurar uma paixão. O esforço de fazer continuar no tempo coisas que se julgam boas — sejam amores ou tradições, monumentos ou amizades — é o que distingue os seres humanos. O nascimento e a morte não têm valor — são os fados da animalidade. Procriar é bestial. O que é lindo é educar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

terça-feira, 14 de maio de 2013

O filme da minha vida:

Encontrei o filme perfeito para descrever a minha vida ultimamente: "Ele não está assim tão interessado".

Título original "He's Just Not That Into You", de 2009, com atores como Jennifer Aniston, Scarlett Johansson, Drew Barrymore,Justin Long, Ben Affleck e Bradley Cooper.

Baseado no popular livro dos argumentistas de «O Sexo e a Cidade», Greg Behrendt e Liz Tuccillo, «Ele Não Está Assim Tão Interessado» conta a história cruzada de um grupo de vintões e trintões de Baltimore, enquanto estes navegam através das suas várias relações, desde o vazio da cena do engate até aos terrenos profundos mas escorregadios da vida marital, mas tentando sempre ler da melhor maneira os sinais que lhe são enviados pelo sexo oposto.

Aqui fica o trailer:

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Desejo, amor e paixão #2

"Apesar de vivermos na modernidade, com tecnologia, globalização, multiculturalismo e progresso há certas ideias, certos preconceitos, que perduram sem que nada os sustente a não ser uma vontade indomável de que a realidade obedecesse a esse ideal e não às leis que efectivamente a governam… Uma dessas ideias é o “viveram felizes para sempre”.

A culpa está disseminada: pelos poetas e pelos escritores (e seus devaneios românticos e odes à paixão), passando pelos argumentistas e realizadores (vejam-se as comédias românticas, um dos géneros cinematográficos mais perniciosos…), pelos contos de fadas e demais contos infantis, pelas escolas, pela TV, ou mesmo pelo sonho de quem está apaixonado e quer para sempre assim ficar, ou de quem não está mas deseja estar, enfim, a cultura ocidental está cravejada de uma mitologia romântica que nunca passou o teste da realidade. Esta é uma ideia, uma mentira ensinada às criancinhas (e também aos adultos), que se torna como que um mantra que, de tanto se repetir, acabaria por se concretizar…

E não se pense que isto é uma questão de somenos importância: a criação de falsas expectativas nas pessoas é um factor destrutivo de felicidade…

O problema é que nunca na história da humanidade se provou, se vivenciou, o “viveram felizes para sempre”. Pelo menos na interpretação que nos é transmitida em que “viveram felizes para sempre” significa “viveram felizes e apaixonados para sempre”…

Sei bem que as utopias, os sonhos, podem servir o propósito de pôr o mundo a avançar. Mas não neste caso. É que não podemos mudar a condição humana! Não podemos mudar, em particular, os mecanismos biológicos que regem as nossas paixões. Criar ilusões, fantasias, nunca cumpríveis, só propicia frustração, inquietação, infelicidade. Não só a paixão não é duradoura, nem sequer é um bom mecanismo de "matching" de longo prazo. A paixão é um mecanismo biológico que, na evolução humana, visou criar laços temporários entre um homem e uma mulher para que a procriação e os cuidados pós-natais fossem possíveis. A “química” faz com que nos apaixonemos por alguém que será um bom "matching" reprodutivo (já há estudos que o demonstram) e não por quem preenche os requisitos para que uma vivência a dois, sustentavelmente feliz, seja possível…

Contrariar o preconceito

Ninguém vive, nunca viveu, nem nunca viverá apaixonado para sempre pela mesma pessoa! Os neurologistas que estudam a paixão já demonstraram como a paixão se exaure ao fim de dois anos, até porque o corpo não mais aguentaria: a paixão é um estado alterado de consciência, um vulcão químico interior que nos torna viciados e obcecados pelo outro. E nem sequer amamos o outro senão uma idealização que dele fazemos… Os padrões neurais da paixão assemelham-se aos dos cocainómanos tal é o vício e a cegueira que de nós se apodera. Por isso, muitos psicólogos aconselham a que ninguém se case enquanto está apaixonado, uma vez que não conseguimos aí avaliar se o outro é, de facto, bom para nós…

Toda esta quimera da paixão misturou-se, na contemporaneidade, com a instituição casamento (ou vivência a dois), tendo-se passado a exigir dessa instituição algo para a qual ela nunca foi testada (e para a qual, objectivamente, não foi criada): a vivência perpétua, plena e feliz, dos cônjuges… O casamento é uma instituição que foi criada por motivos económicos para juntar interesses familiares e, mais tarde, para criar um espaço para a procriação em que o homem provia o sustento e a mulher o trabalho doméstico. Nesse tempo, a lei e a moral impediam o divórcio e ninguém exigia que esse fosse um espaço de felicidade. Sendo esta a história não deixa de ser surpreendente como, de repente, se passou a demandar do casamento tamanha façanha…

A realidade, porém, vem sempre ao de cima: a taxa de separações é hoje a maior de sempre, mostrando a dificuldade da conjugação da independência individual com o projecto conjugal feliz…

Por isso se torna fundamental contrariar o preconceito e ensinar as pessoas (e desde a infância) a conviverem com a realidade e a procurarem os paraísos possíveis. No final, há sempre lugar a escolhas, mas no espaço da realidade: podemos querer viver sempre em paixão, num pulular continuado de paixões em que o amor é “infinito enquanto dura”, mas em que vamos alterando sempre o nosso parceiro (qual Vinicius de Moraes, que se casou e descasou 9 vezes…); podemos também matarmo-nos (juntamente com a nossa amada) enquanto estamos apaixonados (quais Romeu e Julieta), cumprindo assim, efectivamente, o desígnio “viveram felizes para sempre”!; outra alternativa é construir uma relação a partir da amizade e evoluir para um amor sustentável; ou aprender a amar o outro, depois de morrer a paixão que nos ligava, e conviver com a lembrança dessa paixão; ou alicerçar o casamento num qualquer compromisso (religioso, familiar, económico, etc.) e manter essa empresa em bom funcionamento…

Enfim, nesta vida podemos querer ter tudo mas nunca vamos ter tudo. Se queremos ser felizes é bom estarmos preparados para o real e começar por não ensinar mentiras às criancinhas…"